5 de janeiro de 2011

O PODER DA FOTOGRAFIA

Francisco LOPES Filho *

A fotografia é uma linguagem universal que pode passar sentimentos, emoções e/ou até revolta que muitas vezes não podem ser transmitidos por palavras. Quando fotografamos passamos a observar as pessoas e a natureza de uma maneira diferente, e a partir daí, nossa visão do mundo torna-se mais sensível.

Às vezes uma imagem pode denunciar fatos importantes ou até mesmo contribuir para a solução ou desencadeamento de um conflito e até salvar vidas. Foi através de fotos feitas pela força aérea norte-americana durante a Guerra Fria, em 1962, que os Estados Unidos descobriram bases de mísseis soviéticos instaladas em Cuba. Esse acontecimento quase provoca um conflito armado entre EUA e a então União Soviética.
Durante a guerra do Vietnã, imagens chocantes, principalmente a foto de Nick Ut da Associated Press, feita de uma garota correndo nua e com o corpo cheio de queimaduras provocadas pelo bombardeio americano, sensibilizou a opinião pública mundial e de modo especial, a americana, fazendo com que os governantes optassem pelo fim do conflito. O que na verdade aconteceu sete meses depois.


Foto: Nick Ut


Com o advento da fotografia digital, passamos a ver os acontecimentos nacionais e internacionais quase que em tempo real.
Durante a guerra do Iraque víamos todos os dias pela internet, jornais e revistas, as fotos dos bombardeios das forças de coalizão, que mostravam a destruição e o sofrimento da população civil, principalmente crianças e idosos.

Possivelmente essas fotos feitas no Iraque sensibilizaram pessoas do mundo inteiro, que como sabemos, protestaram muito, para que as forças anglo-americanas parassem os bombardeios e suspendessem aquele indesejável conflito.




Em junho de 2009, o presidente do Irã, Mahmood Ahmadi-Nejad que governa desde 2005 foi re-eleito sob suspeitas de fraudes nas eleições. Milhares de jovens iranianos saíram às ruas de Teerã, capital do país, em protesto onde travaram com o exército, verdadeiras batalhas, sendo que em uma dessas, foi morta uma adolescente chamada Nada Acha Soltar que se tornou símbolo da revolta. Todos os protestos que duraram vários dias, foram documentados por fotógrafos clandestinos que se infiltram no país e pelo próprio povo iraniano usando telefones celulares. As fotos assim obtidas percorreram o mundo através da imprensa internacional, causando grande comoção.



Em maio de 2009, uma fotografia salvou a vida de uma criança norte-americana de dois anos. Megan Santos enviou fotos pela internet do aniversário de sua filha para a amiga inglesa Madeleine Robb que percebeu uma mancha branca nos olhos da menina e alertou Megan Santos para que procurasse um oftalmologista. A criança após os exames foi diagnosticado um tipo raro de tumor conhecido como retinoblastoma A garota foi operada e teve sua vida salva.



Essa história serve de alerta para a ocorrência dessa moléstia ocular. Não há notícias da presença da doença no Brasil, mas nos Estados Unidos cerca de 350 desse tipo de doença são registrados por ano. De acordo com especialistas, esse problema ocorre nos primeiros quatro anos de vida da criança.

Esses acontecimentos demonstram o poder que tem a fotografia. E se com este poder, não ajudar a sociedade, pode ser uma grande aliada neste processo, que deve nascer em cada um de nós, todos os dias, para que transformações realmente efetivas e sempre para o bem, aconteçam.

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*Agrônomo e fotógrafo amador

Fotos da internet.

Macrofotografia


Folha amarela